Como as embalagens são semelhantes, pouca gente nota que algumas marcas têm mais de uma versão dessas bebidas, e não me refiro ao sabor. A maior diferença entre elas está na composição, que impacta o perfil nutricional. A marca Yopro tem bebidas lácteas com 15g de proteínas e outras com 25g. Já a Piracanjuba tem versões com 15g e 23g do nutriente.
Por dentro do rótulo
Proteína: nutriente de alto valor
As bebidas com maior teor de proteínas são mais caras —porque têm mais proteína.
As proteínas do leite têm alto valor biológico, e também comercial. Elas são consideradas completas, pois contêm todos os aminoácidos em quantidades equilibradas. Mas desenvolver produtos nutritivos que sejam gostosos e com preços atrativos é uma tarefa desafiadora. Seja para reduzir o custo, seja por objetivos sensoriais, os fabricantes podem aumentar a proporção de ingredientes menos nobres, diluindo as proteínas — o que explica a existência das versões mais baratas, com apenas 15g do nutriente.
Nessas bebidas, o carboidrato é o principal nutriente, só que não ganha destaque na embalagem. Fique atento. Quem vê apenas a parte da frente do rótulo não percebe que está levando pra casa mais carboidratos que proteínas.
A adição de colágeno é uma forma de aumentar o teor de proteínas nos produtos sem elevar tanto o custo, como no caso da bebida Piracanjuba 23g. Mas existem diferenças entre as proteínas: ao contrário do whey protein, o colágeno é uma proteína incompleta e de baixo valor biológico. É certamente melhor do que acrescentar açúcar, amido ou gorduras, apenas não é o mesmo que whey.
Dica da Sari
Quando for escolher bebida láctea proteica, leia os rótulos com atenção. Aqui vão 4 dicas para escolher melhor:
1. Quantidade de proteína: confira a tabela nutricional para saber o teor de proteínas na porção que você vai consumir. Se o produto tiver a palavra proteína em destaque no rótulo, dê preferência aos com maior quantidade desse nutriente, ao invés de gorduras e carboidratos.
2. Qualidade das proteínas: elas não são todas iguais. As de origem animal, como o leite e seus derivados, são consideradas de alto valor biológico, pois contêm todos os aminoácidos em quantidades equilibradas. O colágeno e algumas de fontes de origem vegetal possuem quantidades desequilibradas de aminoácidos —muito de uns e pouco de outros. Por isso, é importante verificar a lista de ingredientes.
3. Teor de açúcar: prefira as versões sem açúcar adicionado, pois essas bebidas contêm o leite como ingrediente principal, que já fornece carboidratos.
4. Presença de aditivos: em geral, esses produtos estão cheios deles. Os estabilizantes são necessários para manter a uniformidade do líquido ao longo do tempo, evitando a formação de grumos e a separação de fases. Embora o ideal seja reduzir os aditivos que ingerimos, eles são aprovados pelas agências reguladoras e considerados seguros. Seu consumo moderado não será um problema, no contexto de uma alimentação saudável.
Embora os industrializados proteicos sejam úteis para consumo eventual, não devem substituir os alimentos naturais com frequência. As melhores fontes de proteína na dieta são as contidas nos alimentos in natura, como carnes, peixes, frango, leite e derivados, ovos ou leguminosas, como a soja.
Se seu objetivo for consumir um achocolatado doce em uma embalagem conveniente e por um preço acessível, existem muitas opções no mercado com o foco em agradar o paladar. Se, porém, você optar por pagar mais para consumir um produto proteico, fique atento para que a proteína não esteja em destaque apenas no rótulo.