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Campanha Janeiro Seco traz conscientização sobre o uso de bebidas alcoólicas

O movimento, iniciado no exterior, ganha cada vez mais popularidade. Especialistas explicam os efeitos do álcool no organismo e meios para quem busca diminuir o consumo.

Publicada em 15/01/25 às 11:32h

por Blog do Leo Lima


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 (Foto: Internet)
O chamado ‘‘Janeiro Seco’’ é uma iniciativa que incentiva as pessoas a reduzir ou a cortar o consumo de bebidas alcoólicas no primeiro mês do ano. A campanha foi iniciada em 2013 no Reino Unido e tem ganhado força pelo resto do mundo. Yannick Neuder, novo ministro da saúde da França, declarou que adere à iniciativa há anos e pretende continuar a tradição em 2025. O objetivo é, além de promover melhorias na saúde, levantar uma discussão sobre o papel da bebida alcoólica na vida de cada um. 

Izabele Acioli, nutricionista da Hapvida NotreDame Intermédica, fala sobre os possíveis efeitos do excesso de álcool no corpo.  "É importante dizer que os impactos do consumo excessivo vão muito além da famosa ressaca. Nutricionalmente falando, o organismo pode sofrer um desequilíbrio significativo, prejudicando a absorção de vitaminas e minerais como zinco, cálcio e ferro. Além disso, a substância fornece muitas calorias sem qualquer valor nutricional. Por isso, seu consumo junto a uma dieta desequilibrada pode prejudicar o sistema imunológico, aumentar a pressão arterial devido à liberação de hormônios do estresse, aumentar o risco de AVC e prejudicar o fígado, que é responsável por metabolizar as substâncias tóxicas no nosso corpo. Também podem surgir doenças cardiovasculares, câncer, distúrbios mentais e comportamentais, obesidade e diabetes’’.

Como Izabele pontuou, o excesso de álcool pode ter um impacto hepático significativo. Dessa forma, o exagero também pode resultar em doenças. Francilino Leite, médico endocrinologista da Hapvida NotreDame Intermédica, explica. ‘‘A sobrecarga no fígado também prejudica o metabolismo de gorduras e proteínas, afetando a capacidade do corpo de utilizar esses nutrientes de forma eficiente. O acúmulo de gordura no órgão, também resposta comum ao álcool, pode evoluir para uma esteatose hepática, que, por sua vez, pode gerar condições graves, como hepatite alcoólica e cirrose’’.

Pessoas que aderem à iniciativa tendem a notar mudanças significativas na rotina. De acordo com um estudo publicado em 2018 na revista BMJ Open, quem tem o costume de beber regularmente e o interrompe por 30 dias pode ter o sono e a energia melhorados, bem como uma redução nos níveis de colesterol e na pressão arterial. Já um estudo da Associação Americana de Psicologia mostra que, depois de completar o desafio, os participantes tendem a consumir menos álcool durante o resto do ano. Outro estudo, desta vez da Universidade de Sussex, expõe que os participantes também relataram melhora na relação com o sono, energia, pele e economia financeira. 

Janeiro Úmido

Apesar de o Janeiro Seco ser viável para quem consome álcool de forma moderada, o desafio não é recomendado para pessoas que sofrem de alcoolismo. Dependentes clínicos do álcool podem ter sintomas sérios de abstinência se pararem de beber repentinamente. Entre eles, náuseas, vômitos, suor excessivo, pressão alta, insônia e taquicardia. ‘‘Sem tratamento, esses sintomas podem evoluir para convulsões violentas, delírios ou até a morte’’, diz Carol Costa Júnior, psicólogo da Hapvida NotreDame Intermédica. 

Nesse sentido, existe o ‘‘Janeiro Úmido’’, que tem o propósito de diminuir o consumo, sem retirá-lo totalmente. Os adeptos estabelecem regras para o consumo de álcool, limitando-o ao longo do mês, de acordo com sua individualidade, sempre com a ajuda de um especialista.

‘’Além de causar dependência, o álcool tem um impacto direto na saúde mental. Embora muitas pessoas o utilizem para lidar com emoções, ele pode agravar problemas como ansiedade e depressão, já que interfere na produção de neurotransmissores como a serotonina, que regula o humor. Com o tempo, isso cria um ciclo vicioso, prejudicando a capacidade de lidar com o estresse e afetando relações pessoais e familiares", conclui Carol Costa Júnior.



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